sábado, 8 de outubro de 2022

AS PRIMEIRAS ATIVIDADES ECONÔMICAS





A Colonização e urbanização do Brasil começou na área litorânea do Nordeste de sua relação com a economia exportadora. A capital, Salvador, era uma cidade populosa, principalmente no início do século XVIII. A ativação socioeconômica da região era a empresa da cana-de-açúcar, que tinha seus engenhos em todas as capitanias. O Regimento de Tomé de Sousa, governador-geral, tinha a incumbência de incentivar a produção.

Na capitania de São Vicente, Martim Afonso foi sócio de um empreendimento que talvez fosse o maior engenho do sul do país, o São Jorge dos Erasmos, alusão ao sócio majoritário alemão Erasmo Schetz. No Rio de Janeiro, a região de Campos possuía engenhos com especialidade em cachaça para o comércio de escravos angolanos. No entanto, fatores geográficos e políticos favoreciam Pernambuco e Bahia. A região costeira e de clima chuvoso ajudaria na boa qualidade dos solos. Os portos de Salvador e Recife estavam conectados com os centros importadores.

A plantação de cana-de-açúcar estava situada num complexo denominado engenho, incluindo equipamento de processamento, construções, escravos, gado e pasto, casa-grande. A extração do líquido, sua purificação e purgação se dava pela moenda, impulsionado por córregos de rios ou animais. Não havia refino de açúcar na colônia nem na Metrópole. O que utilizavam era o uso de barro para fazer o açúcar branco ou o mascavo, este considerado de baixa qualidade. O refino e financiamento estava com os flamengos, italianos e alemães.

Os principais centros importadores de açúcar eram Holanda, Inglaterra, Alemanha e Itália, o que deixava os portugueses fora do controle monopolizador de mercado. O trabalho nas moendas era sacrificante, principalmente fornalhas e caldeiras. No entanto, escravos subiam na hierarquia de funções e chegavam a banqueiros, auxiliar de mestre de açúcar ou mesmo a mestre (FAUSTO, 2012:71). Os senhores de engenho era uma aristocracia não hereditária. Os títulos eram comprados à Coroa. A estabilidade era característica de algumas famílias, pois estavam dependentes das oscilações de preços, administração e controle da massa de escravos. O contato com o mundo urbano e a conexão internacional eram comuns no mundo destes senhores, não estando isolados nas plantations.

A concorrência com as ilhas das Antilhas, liderados por Holanda, Inglaterra e França, foi uma negação para a o açúcar nordestino. Além disso, havia a concorrência destes países no comércio negreiro. No século XVIII, o açúcar superava a exportação de ouro e com a grande rebelião dos escravos de São Domingos, em 1791, colônia francesa nas Antilhas, ainda beneficiou as exportações.

O fumo não competia com o açúcar, mas foi de monta para exportação. O fumo mais fino era o exportado para a Europa, mas o grosseiro era de uso para a troca de escravos na África. A plantação era uma alternativa para os pequenos lavradores. No entanto, não havia concentração de classe média rural. O fumo era combinado com outras atividades pelos grandes proprietários.
A pecuária, auxiliar nas lavouras, explorou o rio São Francisco, Tocantins e Araguaia, comum no imenso latifúndio. O manejo livre de gado fazia usar mão-de-obra de índios e mestiços, havendo também os escravos africanos. Foi essencial para a colonização do Sul do país (PILLETI, 1999:75), através do couro e charque. Os trabalhadores eram os capatazes e peões.

Bibliografia

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14 ed. São Paulo: USP, 2012.

PILLETI, Nelson. História do Brasil. São Paulo: Ática, 1999.

Nenhum comentário:

Postar um comentário