sábado, 17 de setembro de 2022

OS ÍNDIOS NO BRASIL COLONIAL

 


As populações indígenas brasileiras eram bastante homogêneas em termos culturais e linguísticos (FAUSTO, 2012:35). Havia dois grandes blocos: os tupis-guaranis e os tapuias. A maior parte do território estava dividida entre os tupi ou tupinambás e os guaranis. Os que não falavam a língua hegemônica foram denominados de tapuias, grupos a exemplo dos goitacases, aimorés e tremembés.

As definições de cada grupo indígena variavam de acordo com a simpatia dos colonizadores. Deste modo, os aimorés, que não eram rebeldes aos apelos colonizadores foram descritos como apreciadores de carne humana e animais da floresta. Aliás, estes estavam excluídos da proibição da escravização dos índios (1570). Os grupos tupis eram pescadores, caçadores, coletores e agricultores. Seria enganoso pensar que estivessem intuitivamente preocupados em preservar ou restabelecer o equilíbrio ecológico (FAUSTO, 2012:36), quando exauriam a terra que habitavam mudavam para outra localidade. A técnica utilizada era a coivara que consistia na derrubada e queima da mata no local do cultivo (PILLETI, 1999: 20). A plantação era de feijão, milho, abóbora e mandioca. As roças eram de toda tribo com um sistema de coletivismo entre os índios, exceto o uso dos instrumentos de trabalho.

Na sociedade era comum a divisão sexual do trabalho, cabendo as mulheres a agricultura, fiação, tecelagem, serviços domésticos e cuidado com as crianças. Para os homens, a coivara, caça pesca, feitura de canoas e armas, casas, proteção das mulheres e crianças, além das expedições guerreiras. A produção dos índios estava baseada na subsistência, mas havia trocas com outras tribos para troca de mulheres, pedras ou outras excentricidades. Acordos militares também se davam para captura de inimigos, com intuitos canibalísticos, obtenção de prestígio e renovação das mulheres (2012:38). O escambo, ou seja, a troca de materiais, foi utilizada com os colonizadores que estavam interessados pelo pau-brasil, permutava que se dava por espelhos, colares, tecidos, roupas, dentre outros.

A relação com os colonizadores foi inicialmente amistosa, os padres eram tidos por xamãs que faziam curas e profecias. Não havia uma nação indígena e como estavam em constante conflito foram úteis aos colonizadores para a fundação de povoamentos. Desse modo, a vila de São Paulo de Piratininga foi possível com a ajuda dos tupis, senão estaria ameaçada pelos tamoios. Os índios tidos por inimigos eram escravizados.


BIBLIOGRAFIA

VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997.

PILLETI, Nelson. História do Brasil. São Paulo: Ática, 1999.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 14 ed. São Paulo: USP, 2012.

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